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sábado, 13 de dezembro de 2008

CAPÍTULO VII

Há, entre os meus mais antigos conterrâneos, aqueles que sustentam a tese, que minha terra, de há muito, perdeu a candura do antigamente, quando o fio da barba, valia o empenho da palavra do homem de bem...
Mas eu não penso assim...
Escutei muitas histórias, contadas pelas bocas daqueles que as viveram...
Essas histórias, me ficaram como um passado, que hoje posso contar pros meus filhos...
São verdadeiros "causos", que merecem nosso registro, não o amontoado de datas e fatos, que apesar de muito importantes, para o conhecimento didático, não transmitem o sentimento de bairrismo, que eu particularmente, venero.
Registrar a História oficial de um município, não é trabalho pra mim... Não sou historiador. Sou apenas um colecionador de "causos", onde as datas pouco aparecem e os heróis não têm nomes pomposos...
Ao encarar o desafio de fazer esse trabalho, tive em mente, contar os "causos" (como dizem os mineiros aqui da Zona da Mata), usando a memória...
Procurei (de propósito), fazer uma seleção dos melhores "causos", de Cuba-de-Então, e usei de certa irreverência costumeira... Meus amigos dizem, que "sou mestre" nessa tal, que eles chamam de arte. Mas eu não me preocupei em ser artista.. Só queria ser eu mesmo. Cubatense... Nesse mundo moderno, agitado e cheio de cobranças, às vezes encontramos o equilíbrio nos ensinamentos adquiridos na infância, na meninice e estes pra mim, são os mais caros e os melhores...
Lembro-me que adquiri a maioria deles, sentado com a bunda (pois não se senta com outra coisa) no balcão do velho botequim do saudoso Valdemar Eleno, seguro pelas grandes e fortes mãos do Seu Campinas, meu avô materno, escutando os fazedores de nossa História, contarem os "causos" acontecidos...
Ali, escutei o relato da luta pela autonomia política do município, pela boca do Dr. Armando Cunha...
Ali, conheci a história de Abel Tenório de Oliveira e seu modo "particular" de resolver problemas...
Os antigos contavam histórias, e eu, menino de pouca idade, escutava, assistia ... e gravava na memória...

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