º

sábado, 13 de dezembro de 2008

CAPITULO VIII

Pra mim, cômodo e fácil, seria continuar esse trabalho baseado na mesma irreverência do início. Não me comprometeria, trocaria nomes, faria as montagens com sobrenomes, e construiria um livro engraçado. Mas não são somente um amontoado de "causos" engraçados , a História da minha terra...
Teve muita lágrima, suor e sangue, no construir da cidade de hoje, que o progresso veio dominar...
Muitos dedicaram parte de suas vidas, ou vidas inteiras, para que o antigo Posto de Troca dos Tropeiros, se transformasse na cidade, a quem o "vento noroeste" trouxe de presente dos céus, a esperança de um amanhã cada vez mais próspero...
A velha Vila de cortadores de folhas do mangue, se tornou uma cidade, onde o amanhã se faz presente, em cada novo ponto comercial aberto, em cada nova fábrica instalada...
Se outro objetivo não tiver este trabalho, pelo menos fica como um fraterno abraço aos amigos, conhecidos, que se tornaram parte dele e personagens da História, que é da nossa terra, e nossa também.
É também, minha forma de agradecer aos meus antepassados. Sem eles, a minha história poderia ser outra, ou a História da minha cidade, poderia não ser como é...
Na terra de meu nascer, nasceu também Afonso Schmidt, que a batizou em 1949, no primeiro romance futurista da literatura brasileira, de "Zanzalá"...
Eu, na minha insignificância, tomo a liberdade de rebatizá-la como Cuba-de-Então.
É bem provável que, um dia, a tal da Procuradoria Municipal, encontre entre mais alguma coisa, uma forma de modernizar a cidade e ela fique mais parecida com a comunidade que seu ilustre Schmidt sonhou...
Se bem que, podem microfilmar o papel velho, espanar a poeira e fazer todo o resto, mas nunca se livrarão dos puxa-sacos, que infestam o funcionalismo público cubatense e daqueles que têm boa memória...
Senão vejamos: tenho certeza de que há quem lembre da "Linha Verde de Passageiros"...
Da antiga "Linha Azul"...
Da linha de Trole da City...
Da Costa Muniz...
Da velha ponte do Rio Casqueiro, feita com tábuas podres...
Da Reserva Florestal da Fábrica de Anilinas, que se localizava na área onde, hoje está instalado o Parque Anilinas e o Jardim São Francisco...
Do Maracangalha...
Das antigas "Jardineiras" do Seu Carvalho...
Do pai do Djalma, primeiro motorista de Coletivo, da cidade...
Do Rinque de patinação, dos anos trinta...
Da "Sociedade de Ajuda Mútua"...
Da inauguração do primeiro "Bar Sport", ainda na Nove de Abril...
Quem, com mais de trinta anos, não traz na memória o "Cineminha da Química"?
Tem que ter mais de quarenta, para lembrar do "Cine Lux", onde se assistia filme mudo...
Do "Fordeco" do Seu Carvalho, onde muitos nasceram, no caminho entre Cuba-de-Então e Santos, nas "emergências da madrugada"......
Quem não traz os olhos rasos d'água, ao recordar das Festanças para São Lázaro, no tempo da Capelinha ao pé da serra?
A memória não morre, e é nessa memória que encontro a terra que nasci, onde também nasceu o Alex Farah; o Jaime Farah; a Janete, irmã dos dois; o Djalma, dono da Delta...
Todos, por certo, se lembram do seu "Zé Pipoqueiro", que fazia ponto no Colégio Júlio Conceição, onde estudou a Doralice Lopes, a Ottila Campinas, a Elza Nogueira, que depois virou Campinas também, e mãe de uma penca de filhos, todos nascidos no pé da serra, onde também vieram ao mundo a Marilene Monte Real; o Nicolino Neto; o João Eleno, meu irmão de leite...
O Cineminha da Química lotava todas as segundas- feiras, onde o mocinho nunca perdia o chapéu e as balas, de seus revólveres, nunca acabavam...
Na nossa terra, eram famosos os Bailes do Esporte Clube, onde a família se reunia...
Quem não sente saudades de rodar pião e jogar fubeca, no chão batido da Rua Santos?
Difícil esquecer as brincadeiras de bandido e mocinho, usando como armas, raízes de lírios silvestres, arrancados dos terrenos baldios...

Nenhum comentário:

Postar um comentário